Nos últimos anos o atendimento as mulheres vitimas de violência sexual , tem merecido atenção de diversos setores sociais, particularmente, das organizações de mulheres e de associações medicas. Essas mobilizações em torno do tema resultaram na criação de serviços que atendem mulheres vitimas de violência sexual e doméstica, bem como de instrumentos jurídicos e legais, permitindo melhor atendimento.
Há dificuldades de acesso aos hospitais públicos que oferecem esse serviço. A pouca divulgação da existência desses serviços, e, o fato da violência sexual ainda ser encarada como uma questão da esfera da segurança publica ou da justiça pode explicar o baixo numero de atendimentos, contrastando com a dramática realidade dos estupros.
Muitas mulheres relutam em buscar atendimento ou não o procuram logo após a violência por acreditarem ser necessário fazer primeiro o BO(Boletim de ocorrência) ou exame pericial no IML(Instituto Medico Legal). Por temerem os constrangimentos associados a esse serviço, acabam por não buscarem o serviço de saúde ou o fazem tardiamente, comprometendo, assim as ações de profilaxias que devem ser realizadas nas primeiras 72 horas após o ocorrido.
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Não fique calada. Denuncie! |
Ocorre também à dificuldade por parte dessas mulheres vitimas de retornarem aos serviços de psicologia por não quererem relembrar a violência que sofreram. Ha dificuldades para sensibilizar os demais profissionais (não vinculados ao serviço de violência sexual) no acolhimento dessa violência, como também a necessidade de romper preconceitos para a aceitação das mulheres, essa dificuldade esta relacionada com os valores culturais e morais que a maioria dos profissionais de saúde tem com o tema repercutindo na sua conduta na assistência. Além disso, o tema da violência sexual só foi incorporado em alguns cursos de graduação na área medica recentemente.
Foi publicado em Abril de 2013, as novas regras para o atendimento as vitimas de violência sexual. O funcionamento dos serviços de Atenção Integral as Pessoas em Situação de Violência Sexual será normalizado para todos os hospitais, maternidades, pronto-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Ligue 180 e denuncie. Sua identidade NUNCA será revelada. |
Com as novas regras, os serviços hospitalares públicos deverão prestar atendimento clinico, atendimento psicológico, acolhimento, administração de medicamentos, notificação compulsória institucionalizada, referencia laboratorial para exames necessários e referencia para a coleta de vestígios de violência sexual, dentre outros serviços. Funcionarão em regime integral de 24 horas por dia, sete dias da semana e sem interrupção da continuidade entre os turnos.
A iniciativa vai humanizar o atendimento, alem de agilizar a emissão de laudos periciais. O objetivo da iniciativa é que a mulher não tenha que se expor duas vezes, podendo, fazer tanto o tratamento das lesões quanto a coleta dos indícios em um só lugar reduzindo o constrangimento da vitima.